A desocupação do garimpo ilegal conhecido como “Cururu”, na Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso, foi finalizada nesta quinta-feira (2) após três dias de operação de grande porte. A ação, coordenada pelo Ibama no âmbito da Operação Xapiri, contou com apoio de diversas forças de segurança e resultou na retirada de invasores e na destruição de estruturas ligadas ao crime organizado.
A ofensiva começou em 28 de setembro, quando agentes do Ibama, Polícia Federal, Polícia Civil, Gefron, BOPE e CIOPAer entraram na área e foram recebidos a tiros por criminosos armados, apontados como integrantes do Comando Vermelho.
Os confrontos se estenderam durante todo o dia, até que as forças de segurança consolidaram o controle no segundo dia da missão. Dois suspeitos foram feridos, receberam atendimento médico e não correm risco de morte. Nenhum policial foi atingido.
O garimpo clandestino abrigava uma estrutura sofisticada de defesa. Ao longo da operação, foram encontrados 14 bunkers subterrâneos usados para esconder armas, insumos e equipamentos, além de 101 acampamentos. Entre o material apreendido estavam sete armas de fogo, incluindo um fuzil, explosivos e grande quantidade de maquinário.
No total, foram destruídas ou recolhidas 42 máquinas estacionárias, três escavadeiras, duas caminhonetes, oito motocicletas e quatro minas subterrâneas abertas para extração de ouro.
Segundo o Ibama, a presença do crime organizado na região intensificou os riscos da operação. A facção criminosa atuava com forte armamento para proteger o garimpo e controlar territórios dentro da terra indígena. Há indícios de que alguns integrantes ainda estejam escondidos na área, o que exigirá novas incursões das forças de fiscalização.
A Terra Indígena Sararé, de 67 mil hectares e habitada pelo povo Nambikwara, está entre as mais afetadas pelo garimpo ilegal no país. Estima-se que cerca de 2 mil hectares já tenham sido devastados pela atividade clandestina, impulsionada por organizações criminosas que exploram recursos naturais e ampliam seu domínio em áreas de fronteira.
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