Nenhum país abriu tantos mercados para produtos do agronegócio brasileiro nos últimos anos quanto o México. Desde 2023, o país da América do Norte passou a comprar 22 produtos que antes não importava do Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária.
A venda destes produtos ao México resultou em US$ 870 milhões ao setor. Para se ter uma ideia, o valor corresponde a mais da metade do total das exportações do agro brasileiro para novos mercados ao redor do mundo no período, totalizando US$ 1,7 bilhão.
As proteínas animais estão entre os exemplos de sucesso: no ano passado, o agro vendeu US$ 214 milhões em carne bovina e U$$ 102,6 em carne suína para o México, sendo que ambos os mercados foram abertos recentemente.
A aproximação acontece em meio ao tarifaço do presidente Donald Trump, que ameaça as vendas do Brasil e — especialmente — do México aos Estados Unidos.
Neste cenário, Brasil e México sinalizam interesses de fortalecerem seus laços.
O governo federal cogita enviar uma comitiva ao México em agosto para negociar acordos comerciais. A missão seria liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Geraldo Alckmin, e aconteceria nos dias 27 e 28.
Na ligação, Lula reforçou a importância de aprofundar as relações econômicas e comerciais entre os dois países, mencionando um "atual momento de incertezas".
Lula teria proposto à Sheinbaum o início de negociações para ampliar acordo comercial Brasil-México. Hoje os países contam apenas com acordo de complementação econômica (ACE) pouco abrangente. Discussões para ampliar esse acordo são feitas desde a década passada, mas nunca avançaram.
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