As cólicas menstruais podem ser bastante incômodas, mas algumas pessoas acabam evitando o uso de remédios para dor por acreditar que eles podem aumentar o fluxo de sangramento. Entenda como eles agem no organismo e se influenciam na quantidade de sangue durante o ciclo.
Os remédios para cólicas, conhecidos como antiespasmódicos e anticolinérgicos, atuam no corpo de diferentes formas para aliviar a dor e o desconforto. De acordo com a ginecologista Ana Glauce, da rede Dasa, esses medicamentos relaxam os músculos lisos do trato gastrointestinal, reduzindo as contrações que causam a dor.
Além disso, alguns atuam como antagonistas de receptores de prostaglandina. “Essa substância química está diretamente ligada às contrações uterinas e à dor, e sua inibição ajuda a reduzir o desconforto durante o ciclo menstrual“, acrescenta Ana.
Os medicamentos podem agir de forma diferente de pessoa para pessoa. Em alguns casos, o fluxo menstrual pode parecer maior, mas a alteração nem sempre está relacionada à medicação.
Segundo a ginecologista Bárbara Freyre, da Clínica Trinitá, em Brasília, os principais remédios usados para aliviar a cólica são os anti-inflamatórios não esteroides — como o ibuprofeno —, que atuam inibindo a prostaglandina, substância que estimula as contrações uterinas. “Essa inibição pode diminuir o fluxo menstrual em algumas mulheres, por exemplo”, diz a médica.
Já os antiespasmódicos — como a escopolamina — têm efeito diferente. “Eles relaxam a contração uterina e, se já houver endométrio descamado, esse efeito pode causar a sensação de aumento imediato do volume de sangue”, detalha.
No entanto, o fluxo não aumenta de fato. O que ocorre é apenas a liberação do sangue que já estava acumulado.
A especialista alerta que qualquer alteração significativa no fluxo menstrual deve ser avaliada por um médico ginecologista, que poderá investigar a causa e orientar sobre o uso adequado de medicamentos para alívio das cólicas.
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