Um policial penal de Várzea Grande foi preso na manhã desta quinta-feira (12), durante a Operação Escariotes, ao ser flagrado tentando entrar no presídio onde trabalha com celulares escondidos em uma caixa de bombons. A operação investiga uma organização criminosa envolvida em tráfico de drogas, extorsão, corrupção e introdução ilegal de dispositivos eletrônicos em unidades prisionais.
O policial, apontado como facilitador de atividades criminosas dentro da penitenciária, foi preso antes de iniciar seu plantão. Além de introduzir celulares e drogas no presídio, ele é suspeito de cobrar uma “taxa do roteador” para garantir acesso à internet aos presos, exigindo 10% dos lucros obtidos por meio de golpes aplicados de dentro da unidade, como o “golpe do OLX” e o “golpe do intermediário”.
As investigações conduzidas pela Polícia Civil revelaram que o servidor mantinha relações próximas com os líderes da facção criminosa, chegando a negociar a entrega de drogas e dispositivos móveis. Em uma das conversas interceptadas, ele afirmou que faria um “corre” de três quilos de maconha e alguns telefones para os detentos.
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Os celulares introduzidos ilegalmente foram usados, segundo a polícia, para comandar crimes graves, incluindo dois homicídios ocorridos em Sorriso. Um desses casos foi o assassinato de Jonathan Kelvin Santos Fernandes, de 20 anos, encontrado morto em uma área de mata com ferimentos no peito, em março deste ano.
A Operação Escariotes é coordenada pela Polícia Civil com apoio do GCCO, Gaeco e Delegacia de Sinop. Além do policial preso, outros 18 integrantes da organização criminosa foram identificados, e três detentos foram transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) para impedir que continuem comandando atividades ilegais.
As ordens judiciais, expedidas pela 5ª Vara Criminal de Combate ao Crime Organizado, foram cumpridas nas cidades de Sinop, Sorriso, Várzea Grande e Cuiabá. A investigação teve início após um homicídio em Sorriso e revelou a estrutura hierárquica da facção, que envolvia desde o tráfico de drogas até a coordenação de crimes dentro e fora dos presídios
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