O custo de produção da soja em Mato Grosso subiu 0,19% em junho de 2025 frente ao mês anterior, alcançando R$ 4.145,02 por hectare para a safra 2025/26. O avanço foi puxado pelo aumento de 1,28% nos gastos com defensivos agrícolas, que somaram R$ 1.195,76/ha. Com a aproximação da semeadura e a necessidade de financiamento dos insumos, a relação de troca (RT) ganha relevância. Em junho, foram necessárias 23,00 sacas de soja para adquirir uma tonelada de Super Simples (SSP) e 23,26 sacas para o cloreto de potássio (KCl). Isso representa uma queda de 4,23% na RT do SSP e uma alta de 10,39% na do KCl em comparação com maio.
A comercialização de insumos segue em ritmo lento, o menor das últimas nove safras. O cenário é influenciado por preços elevados, soja com valor pouco atrativo, juros altos e relações de troca desfavoráveis – no caso do SSP, 14,89% acima da média histórica. Em contrapartida, o KCl apresenta um cenário mais positivo, com RT 13,21% abaixo da média dos últimos cinco anos.
No comércio exterior, o Brasil exportou 10,38 milhões de toneladas de soja para a China em junho, queda de 2,28% ante o mesmo mês de 2024, segundo a Secex. No acumulado de janeiro a junho de 2025, porém, os embarques brasileiros somaram 48,44 milhões de toneladas, alta de 4,62% na comparação anual. Mato Grosso respondeu por 3,14 milhões de toneladas exportadas à China em junho, avanço de 21,01% frente ao mesmo mês de 2024. No semestre, o estado embarcou 14,75 milhões de toneladas ao país asiático, aumento de 16,90%.
A tendência é de que a demanda chinesa siga aquecida nos próximos meses, favorecida pela maior oferta brasileira e pela perda de competitividade de outros fornecedores. A Argentina, que havia reduzido temporariamente o imposto de exportação (“retenciones”), retomou a alíquota cheia no fim de junho. Além disso, a indefinição em torno de um novo acordo comercial entre China e Estados Unidos segue beneficiando o Brasil nas exportações do segundo semestre de 2025.
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