Política POLÍTICA
Presidente em exercício, Alckmin fala sobre economia, segurança na fronteira e hidrovia
Alckmin abordou reforma tributária, ampliação das exportações pela ZPE, investimentos na hidrovia, combate ao crime fronteiriço e qualificação profissional.
24/10/2025 19h40
Por: Redação H1MT

Durante visita a Cáceres para a inauguração da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), nesta sexta-feira (24), o presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, tratou de temas estratégicos para Mato Grosso e para o país. Em entrevista, ele falou sobre a reforma tributária, logística via Hidrovia Paraguai-Paraná, criminalidade na fronteira, educação tecnológica e os desafios do modelo assistencialista no Brasil.

Reforma tributária e exportações

Alckmin defendeu a reforma tributária, afirmando que ela não trará prejuízos aos estados produtores, como Mato Grosso. Segundo ele, a mudança substituirá cinco tributos por um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, com transição gradual até 2032.

“A reforma simplifica, reduz custos e acaba com o manicômio tributário. Estudos mostram que, em 15 anos, ela pode aumentar o PIB em 12% e as exportações em 17%”, afirmou.

Ele também reforçou que a ZPE é um instrumento fundamental para fortalecer a exportação, gerar empregos e agregar valor à produção agropecuária.

Hidrovia Paraguai-Paraná

Sobre a logística de escoamento, Alckmin afirmou que a hidrovia Paraguai-Paraná é essencial para reduzir custos e integrar modais de transporte. Disse que o trecho entre Cáceres e Corumbá precisa de investimentos para desassoreamento e melhoria do calado, e que o tema será levado ao Ministério de Portos e Aeroportos.

Segurança nas fronteiras

Questionado sobre o aumento do crime organizado na fronteira, o presidente em exercício afirmou que o governo federal deve fortalecer o programa de combate ao tráfico e às ilegalidades.

“O Brasil tem uma enorme fronteira seca e precisa de presença mais forte do Estado. Há previsão de investimento de R$ 30 bilhões em tecnologia e estrutura para as Forças Armadas nos próximos anos, com prioridade para a fronteira”, destacou.

Educação tecnológica

Alckmin também falou sobre a formação de profissionais diante das oportunidades geradas pela ZPE. Ele defendeu o fortalecimento do ensino técnico e tecnológico, em parceria com os Institutos Federais.
“Não adianta abrir curso que não gera emprego. A formação tem que estar ligada ao mercado de trabalho. Onde houver demanda, o governo está pronto para ajudar a abrir novos cursos”, disse.

Assistencialismo e emprego

Sobre críticas de que parte da população não quer trabalhar por receber benefícios sociais, Alckmin afirmou que o governo já flexibilizou as regras para quem recebe Bolsa Família e deseja ter emprego formal.

“Hoje, quem está no Cadastro Único pode trabalhar e manter parte do auxílio. A ideia é estimular o emprego com carteira assinada e garantir direitos”, pontuou.