A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) manifestou forte preocupação com a tarifa adicional de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. Segundo a entidade, a medida, caso seja implementada, pode encarecer os alimentos, aprofundar a crise no agronegócio e reduzir a competitividade do Brasil no mercado internacional.
O presidente da Aprosoja, Lucas Beber, destacou que o impacto não se restringe às exportações de carne – que utilizam soja e milho na nutrição animal – mas também compromete o fornecimento de insumos essenciais como óleo diesel, máquinas agrícolas e tecnologia importada dos EUA.
“Somos dependentes do óleo diesel americano para abastecer nossas máquinas agrícolas e transportar grãos. Se tivermos que importar de locais mais distantes, o custo aumenta e a comida fica mais cara para o consumidor”, alertou Beber.
“É uma situação delicada, que pode causar uma recessão ainda mais forte no país, com desemprego e pressão inflacionária”, completou.
Os Estados Unidos são um dos principais parceiros comerciais do Brasil, e a tensão tarifária pode afetar a exportação de carne, café, suco de laranja, milho e soja. A Aprosoja também expressa preocupação com as importações de maquinário agrícola e componentes eletrônicos — itens fundamentais para a modernização do campo brasileiro.
Beber classificou como “gravíssima” a ameaça de retaliação feita por Trump, que prometeu dobrar a resposta caso o Brasil também adote medidas tarifárias de 50%. “Se o Brasil taxar em 50%, os EUA aplicarão 100%. Isso é gravíssimo”, alertou.
Em nota, a Aprosoja defendeu que o Governo Federal atue com cautela e diplomacia para evitar um colapso econômico no setor:
“Conflitos que não são nossos não podem gerar prejuízo aos brasileiros. Prejudicar o agro é penalizar o interior do país, que depende do campo para girar sua economia”, afirma o comunicado.
O agro representa cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e é atualmente o setor que mais gera empregos no Brasil. A associação avalia que as tarifas podem comprometer ainda mais a recuperação econômica do país e causar prejuízos de grande escala à população.