Geral Economia
Governo detalha regra que troca dívidas de hospitais por serviços no SUS
Batizado de Agora Tem Especialistas, mecanismo conjuga abatimento de débitos e créditos tributários
27/06/2025 06h41
Por: Redação H1MT

Hospitais privados e filantrópicos inscritos na Dívida Ativa da União poderão abater parte dos débitos oferecendo consultas, exames e cirurgias a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A iniciativa — inédita no sistema público — integra o programa “Agora Tem Especialistas” e será oficializada por portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Fazenda, que deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) até esta quarta-feira (25).

Os detalhes foram apresentados nesta terça-feira (24) pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Saúde).

Concebido em dez eixos, o programa foi instituído pela Medida Provisória 1.301, publicada no último dia 30 de maio, e prevê, além da mobilização de toda a rede pública e privada de saúde, telessaúde, mutirões, unidades móveis em regiões desassistidas, formação de especialistas e um painel público para monitorar o tempo de espera por atendimento.

Os pacientes que estão nas filas de espera há mais tempo serão os primeiros a serem atendidos pelo programa. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) vai acompanhar a execução.

Mesmo com recorde de 14 milhões de cirurgias eletivas em 2024, o tempo de espera continua inaceitável; estamos comprando capacidade ociosa do setor privado porque o paciente não pode esperar”, disse Padilha.

“Temos R$ 34 bilhões em dívidas que não saem do papel. Melhor convertê-las em atendimento do que ver esse dinheiro virar pó”, acrescentou Haddad.

Como funciona a conversão da dívida

Haddad definiu o modelo como “um híbrido de Prouni com Desenrola: saneia hospitais históricos e, ao mesmo tempo, abre vagas no SUS”.

Prioridades de atendimento

A tabela do programa cobre mais de 1,3 mil cirurgias e foca oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Para evitar concentração no Sudeste — onde está 80% da dívida — o governo impôs tetos regionais.

“Sem intervenção, 80% dos procedimentos ficariam no Sudeste; limitamos as cotas para não perpetuar desigualdade”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.

elas regras, estados e municípios só receberão procedimentos se mantiverem a fila atualizada num painel nacional de tempos de espera hospedado no Meu SUS Digital.

Padilha enfatizou que é necessário manter o sistema atualizado. “Quem não alimentar o sistema não recebe cirurgia. Transparência virou critério de acesso”, pontuou.

O que muda na prática