Imagem é política. E se alguém ainda duvida, Adam Sandler tratou de esfregar essa verdade na cara de Hollywood – de moletom e tênis. No Oscar 2025, enquanto grandes artistas desfilavam em smokings meticulosamente ajustados e vestidos sofisticados, lá estava ele, confortavelmente desalinhado, em plena cerimônia mais glamourosa do cinema. Descuido? Rebelde sem causa? Nem de longe. Isso foi um recado, e um bem pensado.
Na semana anterior, Donald Trump – agora novamente Presidente dos EUA – encontrou-se com Volodymyr Zelensky para discutir um possível tratado de paz entre Rússia e Ucrânia. No meio da diplomacia, Trump, com sua habitual finesse, lançou um comentário digno de manual de etiqueta: "Você não tem uma roupa mais apropriada para isso?" O alvo? O suéter azul de Zelensky, que, ironicamente, simbolizava exatamente o que o encontro pretendia alcançar – diálogo e abertura para acordos.
Corta para o Oscar. Sandler, com sua assinatura de humor nonsense e aparente desleixo, escolheu tons nada casuais: moletom azul-turquesa e tênis amarelos. Coincidência? Nem no melhor dos roteiros. Azul e amarelo – as cores da bandeira ucraniana – estampavam o tapete vermelho sem precisar de discursos inflamados.
O recado foi claro: se um Presidente pode ser julgado pelo que veste em um momento de tensão geopolítica, um ator também pode usar o figurino como ferramenta de discurso. Porque no fim das contas, moda não é só vaidade – é manifesto, é símbolo, é história sendo costurada em tempo real.
E se Adam Sandler pode transformar um moletom em um statement político, quem disse que estilo não é poder?