Após ter pedido para os brasileiros não comprarem comida cara, o presidente Lula utilizou uma gravata da grife francesa Louis Vuitton, cujo preço é estimado em R$ 1,6 mil. A escolha da gravata pelo chefe do Executivo expõe uma contradição entre o seu discurso e a sua prática.
Enquanto ele defende pautas socialistas e critica a elite econômica, Lula ostenta um acessório de luxo que representa exatamente o capitalismo que diz combater.
Essa dissonância não passa despercebida e levanta questionamentos sobre política: afinal, é possível pregar a simplicidade e a igualdade vestindo um item que custa um salário mínimo de muitos brasileiros? Ressalto que o presidente já usou outros acessórios de luxo durante entrevistas e discursos enquanto exaltava a divisão de riquezas e reprovava a ostentação.
Vai dividir as suas riquezas com o povo, Senhor Presidente?
Soma-se a isso sua declaração confusa sobre economia, reforçando a sensação de um líder desconectado da realidade do povo brasileiro – governado por Lula. Isto é, o pai dos pobres exalta um acessório astronomicamente caro para o povo pobre que ele diz ser pai.
Moda nunca foi só sobre o que vestimos. Moda é política. É sobre quem somos, o que defendemos e como queremos ser vistos. Estilo é discurso, e cada imagem é um posicionamento. No jogo político, imagem e discurso precisam andar juntos – ou o preço da hipocrisia se torna alto demais.