Se antes as passarelas ditavam o que seria tendência na moda, hoje essa função pertence ao TikTok e ao Instagram, especificamente. Com bilhões de usuários ativos, essas plataformas tornaram-se verdadeiros termômetros do que está em alta, viralizando estéticas e peças em dias e até em horas. Do “old money style” (menos estampas, imagem mais minimalista) ao retorno do Y2K (estética baseada em produtos, estilos e moda dos anos 1990 e inícios dos anos 2000), as redes sociais influenciam o consumo, impulsionando marcas e criando um senso de urgência que redefine a forma como as pessoas se vestem.
Mas essa velocidade também tem um lado negativo: muitas tendências se tornam efêmeras, e quem busca acompanhar tudo pode acabar refém de um ciclo infinito de descartabilidade.
Além de ditarem tendências, essas plataformas ajudam a reforçar padrões e estereótipos de moda. Os algoritmos entregam conteúdos com maior engajamento, o que frequentemente significa perfis e corpos que seguem uma estética específica. É preciso haver parcimônia, visto que cria uma ilusão de que apenas determinados estilos, formatos corporais ou marcas são "aceitáveis". Muitas vezes, isso influencia diretamente na autoestima e na forma como as pessoas percebem sua própria imagem, gerando uma pressão social para se encaixar nesses padrões promovidos pelos influenciadores e celebridades digitais.
Apesar dos desafios, TikTok e Instagram também democratizaram a moda, dando espaço para novas vozes e estilos que antes não tinham visibilidade. Hoje, qualquer pessoa pode viralizar e lançar uma tendência sem precisar de um grande nome por trás. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre inspiração e imposição, aproveitando a criatividade da moda digital sem se tornar refém de um feed que dita regras sobre o que vestir.
No fim das contas, a moda mais autêntica é aquela que respeita a individualidade, e não apenas o que está no topo dos trends. É necessário ter personalidade. Não seja do que está na moda. Use-a a seu favor.